7 de out. de 2012

Nostalgia

Se eu sonho o ontem, ou o amanhã, este se torna hoje? É uma pergunta que me intriga. As coisas boas duram para sempre, disse o meu pai. E eu sei que é assim. Mas eu não consigo surpreender o sol antes dele raiar. Como o tatu em um dia de alegria, não aguentamos mais as maldições sobre nossa vontade.

Eu sei que sofri de amor, e amei demais a passagem. E quando amei aquela única mulher foi para sempre. E acabou. E ainda que meu pai não aprove as minhas atitudes diante destas mulheres (pois de algum jeito as deixei escapar), Eu não sei fazer de outra forma. Já disse que aqui estou eu, não sei agir de outra forma! Ah se eu pudesse surpreender o sol..

E haja hoje para tanto ontem, disse o Leminski. Sei que daqui a pouco eu morrerei.. e demorei em perceber que não estou mais velho com o tempo. Que de verdade hoje o tempo não me passa, mas vive comigo. Desgraçado sofrimento, que nos torna sempre mais presente com o tempo. Eu descobri que sofrimento significa aquilo que passa por nós; E pode ser a alegria! Mas quando passa nos transtorna inteiro.

E aí que nosso sofrimento carrega tanta maldição... Como se fossemos mais do que passagem. Como se fosse preciso ser coisa. E precisamos de referências, mais do que precisamos de consciência. Mas não concordo com o ambulante nesta metamorfose. Escuta Júlia! Eu te juro que a raiz da árvore se move bem mais do que nossos pequenos passos apressados. Que correm mesmo é em direção à raiz..

Eu descobri também nodicionário sobre o verso. É bonito quando cantamos o verso. E o per, nos mostra uma dobra. Uma dobra de diligência, porque não mais sabemos acessar aquilo que não têm nome.. isso.. ainda sim eu sei que o senti. É difícil saber sobre isso.. Um beijo leva as bocas ao encontro, mas nem todo beijo vai ao verso!

Assim como o violão. Quando o mesmo RÉ e DÓ, se torna tão diferente quando tocado pelo adolescente sozinho no seu quarto ao músico calejado de mil plateias. RÉ e DÓ. Coisas do humano. O Nietzche já disse que quando hesitamos, certamente não é pelo perigo. E sobre DÓ veja o testemunho. Acessem nodicionário, pois ele muda o sentido que impregnamos nos atos da palavra, ainda que impregne sentidos. Mas estamos cheios de impregnações sobre os atos da vida!

Os atos da vida estão por aí. Talvez seja eu ter recusado a ida com meus amigos para o ambiente de caça, talvez seja eu ter recusado o beijo no encontro da alegria. Vai saber... É bem difícil escutar. Mas eu sei que tenho todo o tempo do mundo para perdê-lo em nada. E para hesitar quando não for por amor.

Em diligência.. por favor.. não.

2 de out. de 2012

O Principe Negro. (Ressurgido)

Eu vivi a história do pequeno. Ser eternamente responsavel por quem cativa. Quero ver dizer que não. Se suportar a dor será.. será? E fiz sempre assim, sobre pedaços de depressão e de corpo misturado. Onde aquilo que é fé escapa o brio.

Gosto de escutar o tempo, esperá-lo e subir na mesa do bar enquanto cantarolo "new york, new york" e dois ou três bebados me erguem os copos. Eu sei que me responsabilizo pelo cativo. Mas eu não venho com proposta de escravidão. Ou será que venho? Quero a mulher só para mim. Mas isto é me tornar cativo também. E é aí que nos misturamos.

Mas eu sei bem, que amo. E isto vai por aí. É do encontro. Que nunca é tão amor, do que quando se perde. Fora isto sei bem, somos cativos. E por aí me responsabilizo. Vivo uma vida cheia de prisões, que as obedeço sem pestanejar. Trabalho, familia, residêcia. Mas quando chega a mulher me sinto sóbrio para escolher largar?

Não mesmo! Um sacrificio que valha a pena é, afinal, o que espero para enfim morrer. E morrer por amor, deve ser como morrer pelo nada cabal. Morrer por amor é desejar perdurar o tempo. Ainda que seja uma bela de uma bosta ilusão - não dá para viver verdades. O que dá é para vivermos as ilusões. Difícil é não se culpar por ter se iludido.

A grande potência de viver é se iludir com desejo!